UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE PONTA GROSSA
RITA
DE CÁSSIA MALAGOLLI
Resenha crítica do artigo: A geografia escolar: Reflexões sobre o processo didático-pedagógico do ensino, de autoria de Marlene Macário de Oliveira, como requisito para a disciplina: Técnicas de Pesquisa em Educação Geográfica, do curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, ministrado pela professora Juliana Przybysz.
PONTA
GROSSA
2012
O autor critica o ensino da geografia acerca do processo
didático-pedagógico na relação de postura do professor com o processo
educativo, que é alvo de discussões e que deve evoluir em muitos aspectos,
principalmente no que se refere a metodologia. Ele deve formar um cidadão
crítico que seja capaz de atuar na sociedade, compreender a realidade em que
ele vive, além de estimular a percepção do espaço.
Nesta linha de crítica, o autor defende um ensino da geografia
voltado a preparar o aluno para a vida e contribuindo para que este compreenda
o espaço geográfico em que vive e prepare este aluno para ocupar este espaço de
maneira cidadã e participativa e para tanto é necessário que o professor
enquanto mediador, mantenha uma postura para que não fique restrito apenas em transmitir meramente o conteúdo de uma
disciplina ignorando sua forma constitutiva e sua falta de preocupação de
explicação.
Denuncia a negligência da geografia física em favor da geografia
humana o que se constitui como obstáculo para que os indivíduos se expressem
livremente. O Movimento de Renovação inseriu novas técnicas que possibilitaram
a análise geográfica, onde se estabelece uma crise de metodologia de pesquisa,
de linguagem, com novas propostas na
esfera da disciplina e que deram contribuição para que os indivíduos buscassem
um pensamento crítico, se reconhecessem como sujeitos do mundo em que vivem.
Ao criticar o professor condicionado a prática reducionista da
educação reforçada pelos modelos pedagógicos "prontos e acabados",
percebemos que segue um modelo fragmentado, e não um projeto encaminhado para
ações pedagógicas, que pudesse atender as visões fundamentadas em conceitos que
tivessem um valor contextual, ou meio para que a aprendizagem do aluno fosse
significativa e não meramente limitada ao uso do livro didático, livros que
reproduzem métodos tradicionais, e conteúdos que terminam por influênciar a
prática.
No que se refere ao livro didático, ele acaba por ocultar os
conflitos e os problemas da sociedade em que vivemos, pois trata de um
conhecimento positivista que esconde todas as suas contradições, estando distante
dos debates e dos conhecimentos científicos. A geografia observada por quem
está inserido no contexto de pesquisa e ensino, pode apresentar-se como uma disciplina que
cumpre um forte papel ideológico podendo
transformar uma sociedade, a partir do momento que eleva a tona muitas questões
do âmbito geopolítico.
O espaço geográfico continua sendo o mais importante objeto de
estudo da geografia, sendo visto um conjunto de vários sistemas, e além de tudo
é uma condição para a ação, a partir dai
ele formará o homem livre, e desta forma o ensino da geografia vai ter a
finalidade de sua formação. E a sala de aula que a interação de valores, idéias
e interesses irão acontecer. Para isso é necessário que a prática pedagógica venha
a ser o caminho para o indivíduo ser conduzido para a vida social, que acerca
das transformações científicas e tecnológicas que ocorrem, ele possa fazer uma
leitura crítica..
Entretanto, há de se fazer as devidas ressalvas que o preparo do
aluno para a vida não será realidade se este não tiver condições de ocupar o
seu espaço geográfico no mercado de trabalho e, a partir daí, ocupar os demais
espaços destinados aos incluídos socialmente.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
OLIVEIRA, Marlene Macário de. A
Geografia Escolar: Reflexões sobre o processo didático-pedagógico do
ensino. Revista Discente Expressões
Geográficas. Florianópolis-SC, nº 02, p. 10-24, junho/2006.
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