domingo, 8 de setembro de 2013

Maciço do Morro da Cruz

Atividade da disciplina Prática de Campo

SUMÁRIO


Introdução ................................................................................................................. 04
Objetivos ................................................................................................................... 04
Caracterização da área ............................................................................................ 05
Desenvolvimento .......................................................................................................06
Conclusão...................................................................................................................07
Bibliografia ............................................................................................................... 08


















1.    INTRODUÇÃO

            O objetivo da aula de campo é identificar na prática o que foi visto em sala de aula, agregar a teoria à prática e promover a construção da Geografia através do conhecimento, considerando as práticas sociais construídas como um instrumento de entendimento da realidade vivida e da sistematização dos aspectos observados em relação ao ambiente e das diversas interações do homem com o meio.
            A compreensão geográfica das paisagens através de uma aula de campo conceitua existência dos lugares que irão edificar o universo do conhecimento do pesquisador. Ao interpretar a paisagem, a comparação das diferentes concepções de um mesmo objeto é fundamental, pois permite a comparação de interesses, valores socioculturais e econômicos dos possíveis desígnios encontrados no local.

De acordo com Compiane e Carneiro (1993), Ao adotar essa prática de esboçar as atividades de sala de aula para uma aula de campo, têm-se como meta principal obter maior fixação de compreensão por parte dos alunos onde dessa forma há uma tendência natural de tomada de atitude investigativa e questionadora dos fato.


2.    OBJETIVO
- Descrever a morfologia do Maciço do Morro da Cruz, verificando as áreas que estão ocupadas pelo espaço urbano e as relações que envolvem o espaço social das comunidades do Maciço do Morro da Cruz.

3.    OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Observar a ocupação desordenada sobre os aspectos físico-ambientais na encosta do Maciço do Morro da Cruz,
- Identificar as condições de vida dos moradores do Maciço do Morro da Cruz a partir da subestrutura urbana.
- Verificar em campo as áreas suscetíveis a deslizamentos de massa.

           

4.    CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

            A ilha de Florianópolis possui uma área de 424 km², com uma extensão de 54 km de norte a sul e 18 km de leste a oeste (IPUF 2004). Desde o início do século XX, algumas das comunidades mais tradicionais de Florianópolis se estabeleceram nos morros localizados a Leste do Centro Histórico da cidade, bem centralizado na porção central da cidade. Estes morros foram envolvidos pela ocupação urbana desde a década de 70 e constituíram o Maciço do Morro da Cruz.
            O Maciço do Morro da Cruz, constitui sua geologia predominante no granito grosso, de cor cinza clara ou rosada correspondente ao Granito da Ilha da Suíte Pedras Grandes, de idade Neoproterozóica, atinge 292 m de altitude, tem cerca de 5 km de comprimento, 800 m de largura e compreende uma área de 2,151.000 m², com uma área ocupada de 657.000 m², onde residem aproximadamente 35000 habitantes, totalizando cerca de 6 mil famílias, que estão distribuídas em 21 comunidades.
            As áreas mais altas progressivamente foram ocupadas por uma urbanização de família de baixa renda, com habitações precárias em áreas de alta declividade, sendo características marcantes a falta de infraestrutura, sistema viário, saneamento básico e coleta de lixo.      
30_12_2009_17_33_0302d924d48ecb0fe44fb055f38371b3.jpg
5.    DESENVOLVIMENTO
Partindo do Centro de Florianópolis em direção ao Maciço Central do Morro da Cruz, daremos início a saída de campo, uma vez que os objetivos e a área de atuação foram delimitados. O ponto máximo da área que a aula de campo abrangerá é o mirante do Morro da Cruz, onde após nos deslocarmos a pé subindo a Comunidade do Monte Serrat, poderemos observar todo o maciço com suas comunidades abaixo relacionadas conforme a figura:

comunidades.png

Os mirantes distribuídos no Morro da Cruz, permitem-nos observar as comunidades acima relacionadas no mapa, bem como as Pontes Hercílio Luz, Colombo Sales e Pedro Ivo Campo, uma porção do continente, as Ilhas de Ratones Grande e Ratones Pequeno, a Avenida Beira Mar Norte, Aeroporto e bairros adjacentes. A partir desta visão em 360º, podemos observar o grande avanço das áreas urbanizadas ocupando grande parte do MMC, surgindo como uma mancha urbana e avançando sobre as  encostas eliminando áreas nativas. As observações constatadas, referem-se a morfologia do local com muitos grotões, que depressões profundas no relevo fortemente acidentado.
A preservação é um aspecto predominante, e devido a crescente ocupação irregular nas encostas, que são Áreas de Preservação Permanente, os ambientes encontram-se susceptíveis a deslizamento intensificados pela declividade acentuada, o crescimento significativo de casas sem infraestruturas em áreas já degradadas, associando ainda aos períodos com intensa pluviosidade e pelas linhas de drenagem natural da encosta, favorece a eminência do grande risco a que estão sujeitos os moradores.
            A vegetação auxilia na estabilização da encosta, mantém o lençol freático e as espécies do lugar e afim de evitar um resultado desastroso, é necessário que se faça a recomposição vegetal, contenção das encostas e principalmente evitar novas invasões. Ao longo de toda a encosta, é perceptível o expressivo processo de ocupação, seja na forma de condomínios em ruas muito inclinadas, comércio, grêmios recreativos, igrejas e escolas, todos incrustados no maciço central, com declividade acentuada, o que potencializa a ocorrência de acidentes com quedas de blocos e deslizamentos.
O nível sócioeconômico é evidentemente diferenciado através das residências, que vão de mansões na Avenida do Antão até casebres simples dependurados na encosta nesta mesma área, e do acesso viário com ruas de acessibilidade na forma de vielas, escadarias cortando as curvas de nível, algumas ruas com boa pavimentação e avenidas asfaltadas.
As razões para tanta disparidade social, num mesmo lugar denominado "morro", onde anteriormente era ocupado por uma classe de brancos empobrecidos e netos de escravos libertos, são demográficas e sócioecônomicas, pois o que vai caracterizar estas áreas de riscos é justamente a crise econômica, a política habitacional ineficaz para a população de baixa renda, falta de uma legislação para áreas suscetíveis por parte dos orgãos competentes que seja adequada e fiscalizada.






6.    CONCLUSÃO
            A necessidade de recuperação das áreas degradadas do Maciço do Morro da Cruz deve ser uma ação imediata, objetivando-se manter as funções paisagísticas como o mirante do Morro da Cruz, sua fauna e flora, como pela proteção dos mananciais e das encostas. Torna-se perceptível constatar a realidade dos moradores que enfrentam o narcotráfico, violência urbana, educação ambiental e a desigualdade social, durante o percurso da aula de campo.           
            Com o objetivo de desenvolver o olhar crítico do aluno para as características geológica e geomorfológicas do Maciço do Morro da Cruz, e acreditando que as práticas de campo quanto ao seu papel didático podem ser classificadas, podemos constatar  que esta atividade classifica-se como ilustrativa, pois fortalece os ensinamentos outrora ministrados em ambiente acadêmico, com o compasso das atividades definidos pelo professor, aponta onde e o que deve ser observado nos resultados.


7.   BIBLIOGRAFIA
Compiani, Mauricio; Carneiro, Celso Dal Ré. Os Papéis Didáticos das Excursões Geológicas. Revista La Asociación Española  para La Enseñanza de Las Ciencias de La Tierra. ISSN 1132-9157.vol 1, nº2, p.90-97,1993.

Bernardinetti, N.; Buss, M. D.; Rodrigues, L. & Scheibe, L. F. Plano Comunitário de Preservação e Urbanização do Maciço Central de Florianópolis - Departamento de Geociências. Laboratório de Análise Ambiental. UFSC. Painel, I Mostra Ambiental do Maciço Central de Florianópolis - ALESC. 2003

Nenhum comentário:

Postar um comentário